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sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

eu não estou na vitrine - dia dezenove

Não. Eu não desisti de escrever aqui. A minha ausência foi consequência de dias cheios de visitas, sono, anseios e daquilo que a gente sente quando vê que a nossa vida, de repente, mudou completamente. Mas, apesar de cada dificuldade e da falta de novidade, eu não desisti de escrever aqui.
Sei que posso estar sendo vítima de uma interpretação distorcida. Por isso, digo e, se for preciso, repito: não busco autopromoção ao escrever aqui sobre a minha internação. Não estou me colocando numa vitrine, por onde vocês vão passar, para onde vão olhar enquanto decidem se vão comprar. Não quero me tornar um produto rotulado por este transtorno alimentar. Por isso, torno explícita a minha aversão à exposição. Escrevo porque assim concretizo um compromisso que faço comigo. E, como consequência, passo informação e posso ser fonte de conscientização.
Há algum tempo eu queria criar coragem para escrever sobre a minha maior dificuldade. Eu sabia que traduzir este problema exigia que eu estivesse preparada para assumir um compromisso com as minhas próprias palavras. E eu não tinha certeza de que eu queria sair da minha zona de conforto. Mas então eu soube que seria internada. E, naquele mesmo dia, descobri que a minha coragem estava criada.  Demorou, mas a hora de reaprender a viver chegou. A ficha caiu. E se escrevo esse texto é porque quero deixar registrado o meu compromisso com este desafio.

Que bom é ter a liberdade de falar a verdade.

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