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domingo, 1 de março de 2015

domingo - dia vinte e um

Posso dizer que esta foi uma boa semana. Afinal, passei a não passar vinte e quatro horas nesta cama. Todos os dias, por vinte e poucos minutos, fico na varanda deste hospital vendo como anda a vida real.
Às vezes, o mundo que cabe neste quarto parece oposto ao mundo que você vive aí fora. Parecem dois planetas independentes, que giram em ritmos diferentes. Mas a exceção desta regra é o dia de domingo. Seja neste hospital ou na vida real, o gosto insosso de tédio misturado com vazio é sentido pelos poucos que não estão dormindo nessa tarde de domingo. Pela varanda, vejo avenidas tão desertas quanto estão os corredores daqui, onde a movimentação de cada dia é hoje substituída pela voz do Faustão. Só por um dia, toda a aflição do mundo parece ser pelos jogos que passam na TV. É um dia de leveza, pelo menos enquanto não se lembram de que o tempo corre em direção à segunda-feira. Pelo visto, o domingo é o mesmo aqui e em qualquer lugar.
Entre o gosto insosso do tédio, se esconde a esperança e o otimismo pela semana que está prestes a começar.

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