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segunda-feira, 2 de março de 2015

esperando sentada - dia vinte e dois

Daqui consigo ouvir a vida lá fora seguindo. E, enquanto ônibus, carros e dias passam, a gente continua neste mesmo quarto. Uma das enfermeiras acaba de se surpreender ao chegar de suas férias e me ver. Nem acredito que você ainda está aqui, ela diz. Eu lamento, mas, nesse momento, tudo o que posso fazer é sorrir. E seguir. E assim é tratar um transtorno alimentar. Não é simples como curar uma gripe. Na verdade, não sei se cura cabe no meu caso. Tudo o que sei é que existe melhora. Existe aprender a lidar com tudo isso. Existe encontrar um equilíbrio. E que o tratamento exige um bom tempo. Às vezes, tudo o que eu quero é cessar a saudade da minha antiga correria de cada dia. É assinar papéis e me autorizar a voltar para a vida. Por alguns segundos que, vez ou outra, acabam se tornando minutos, tudo o que eu quero é estar em casa. Mas quando estes minutos passam, vejo que eu estava errada. Bons são os dias em que eu me deparo com a calma por estar conformada. Dias como hoje, em que eu não quero fugir e correr até chegar em casa. Dias em que tudo o que quero é estar nesta varanda, ouvindo a vida seguindo, sentada, esperando por nada.

Um comentário:

  1. "Não existe lugar melhor para o autoconhecimento e o conhecimento do outro do que um hospital. Nele, você vê onde é forte ou manteigão. Compreende melhor a pessoa que está no leito, doente. Compreende melhor quem está ao lado, quem vai de acompanhante e quem trabalha com a saúde" (Gisele Rao - vigilantes da auto estima). Outro blog que leio sempre bonita, e hoje dei uma pausa no trabalho, li seus posts atrasados e depois fui ler o blog de Gisele (como tenho feito sempre que posso!!!!) e identifiquei um no outro...ela fala que nada melhor do que ouvir CHOPIN no hospital!!!! Já tentou?

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