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segunda-feira, 16 de março de 2015

juntando as peças - dia trinta e seis

Eu e o meu pai montamos quatro quebra-cabeças nesse final de semana, o que foi o pretexto perfeito para passarmos horas na varanda, o meu refúgio desta cama. Mas admito que não tenho toda essa moral pra poder escrever a primeira frase no plural, afinal, enquanto o meu pai encaixava todas aquelas cento e tantas peças, eu me mantinha mais concentrada nas palavras que construiam nossas conversas.
No chão da varanda, vejo paisagens impecáveis sob um céu azul claro. Construir toda essa flora realmente deu trabalho. Meus olhos passeiam pela área verde quando, de repente, encontram castelos grandiosos e belos. Ao redor deles deve ser o maior silêncio, eu penso. Então vejo, não tão distante dos castelos, vários prédios próximos uns aos outros, antigos e coloridos, que me levam até as ruas do Pelourinho, onde eu ia, quando muito, duas vezes por ano. É, parece que sinto saudade até do Pelourinho, que, embora tão bonito, passava por mim despercebido. Sinto saudade de tudo o que já vi lá fora. Saudade de tudo aquilo que nunca pareceu tão importante quanto agora. Por isso, enquanto o meu pai construia todos esses lugares, eu tentava, através das nossas conversas, encontrar peças que às vezes me faltam, como a paciência e a coragem. Foi bom fazer essa viagem, mas é hora de devolver todas aquelas peças à brinquedoteca. O bom é que vai ficar guardada em mim a força que acabei encontrando em mais uma das nossas tantas conversas.

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