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quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

turismo hospitalar - dia dez

Eu não estou sozinha. E não afirmo isso com um olhar restrito ao espaço físico deste quarto. Estou me referindo ao meu quadro. Não desista de entender caso não tenha ficado muito claro: estou a caminho dos fatos. Querendo economizar toda a minha pouca energia, os médicos determinaram que devo ficar em repouso o dia todo, todo dia. Mas essa regra teve seus instantes de exceção. Ontem, pela primeira vez em pouco mais de uma semana, estive por longos cinco minutos longe desta cama. No meu primeiro turismo hospitalar, eu e a minha mãe caminhamos até o início daquele corredor que parece infinito, onde nossa lentidão era toda a movimentação. E entre todas essas portas iguais que escondem conversas diferentes, me deparei com aquela menina. A gente não disse uma palavra. Não precisava. Logo vimos que, se viemos parar aqui, foi por um mesmo motivo. Então trocamos um sorriso. Nossos olhos se olhavam denunciando nossa empatia. E entre nossos sorrisos contidos, eu pude ouvir o que a gente dizia: eu não estou sozinha.

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