Ontem eu tive um bom dia: estudei inglês e biologia. Mas a minha alegria não surgiu a partir da evolução vegetal ou do possessive pronoun. A alegria veio por eu ter visto que a construção de uma nova rotina nesse hospital, embora pareça difícil, é uma missão possível. Eu sei que ainda vou sentir muita saudade da vida lá fora, da sala de aula e de casa. Mas, por enquanto, o meu cotidiano vai ter este quarto como cenário. E não posso fazer nada a não ser me conformar sem me acomodar. Agora é levantar e lutar.
Ontem o dia foi bom. A noite, no entanto, nem tanto. Dos últimos minutos do horário de visita até o fim do dia, estive muito ocupada dando atenção a esta febre, que ainda me faz companhia. Eu tenho agora um pouco de medo guardado, muito sangue coletado e, claro: uma porcentagem considerável de otimismo graças aos que caminham comigo. Meu corpo cansado se esforça para acompanhar o meu coração acelerado. Mas, me diz, de que posso reclamar? Aqui estão meus pais me trazendo paz. E, além de todo apoio da família, eis que tive a sorte de me deparar com a minha atual nutricionista, em quem posso encontrar a mesma calma que guardo na minha alma. Michelle, que não sei se lê esse texto e se seu nome é escrito com dois L, mas que, sem sequer saber, é hoje alguém que me fortalece e me incentiva a voltar à vida pelo simples fato de ter optado por estar do meu lado nesta batalha.
Já virei fã desse blog, dessa doçura de menina, tão sensível, inteligente. Vejo um futuro de muito sucesso pra você. E como é bom saber que posso contribuir um pouco para esse seu novo caminhar. Estamos todosjuntos nisso. Degrau por degrau. Boa noite flor!
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